O paciente com TEA no contexto hospitalar
Está garantido na legislação o direito à igualdade de oportunidades e acesso aos equipamentos públicos e privados, em especial nas áreas de saúde, educação e assistência social. Tratando-se do contexto hospitalar, se faz necessário conhecer as características das pessoas com TEA, para oferecer um serviço especializado que garanta a qualidade do atendimento.
Nesse sentido, a equipe da Amaes esteve presente no Vitória Apart Hospital no intuito de oferecer uma formação para uma equipe formada de profissionais de todos os setores, desde a segurança, recepção até os profissionais da saúde, baseando-se nas queixas recorrentes das famílias de pessoas com TEA no atendimento hospitalar, que incluem:
- A falta de prioridade nos atendimentos;
- O tempo demasiado de espera;
- A dificuldade de conseguir mais de um acompanhante;
- O despreparo dos profissionais;
A falta de informação e preconceito de uma forma geral.
Dessa forma, foram realizadas sugestões de adequações de forma a atender as demandas desse público, que traz algumas características peculiares, como a dificuldade de ajustar o comportamento para se adequar a contextos sociais; a adesão inflexível a rotinas e padrões; e a hiper ou hiporreatividade a estímulos sensoriais.
Sabe-se que o ambiente hospitalar por si só representa uma quebra na rotina e pode representar um ambiente aversivo pelos procedimentos muitas vezes invasivos e dolorosos.
No entanto, é importante e possível atenuar algumas dessas características, favorecendo o tratamento. Dentre as orientações, estão:
- A atenção para o atendimento prioritário;
- A necessidade de mais de um acompanhante para que a pessoa não fique na ausência de uma figura familiar durante os procedimentos, de forma a sentir-se mais segura e ser manejada corretamente evitando o agravamento de situações;
- O controle da quantidade de estímulo do ambiente, principalmente visual e auditivo;
- A necessidade de uma comunicação mais objetiva, simples, com uso de imagens quando necessário;
- A previsibilidade dos acontecimentos, sempre antecipando o que irá ocorrer, tendo contato previamente com o ambiente, equipamentos, instrumentos, equipe, etc., tentando manter a preservação de uma rotina, inclusive evitando a rotatividade de profissionais;
- O conhecimento básico das funções dos comportamentos inadequados e o manejo correto de cada um deles;
- O conhecimento das preferências da pessoa, de forma a utiliza-las para aumentar o engajamento e oferecer como recompensa pela colaboração nos procedimentos;
- A conscientização coletiva, de forma a difundir as características e necessidades das pessoas com TEA, de forma a superar o preconceito e desinformação.